CARTA ABERTA AO PREFEITO DA PROFESSORA E EX-SECRETÁRIA MARIA LISBOA DE OLIVEIRA
“Ao expressar, como fez na nossa conversa, que Sete Lagoas é uma cidade do interior, que não seria capaz de aceitar e compreender um estilo democrático e progressista, você amesquinhou a sua cidade, o povo que a habita e o cargo que ocupa. Reafirmo: discordo da sua opção e lamento que as razões sejam as que você apresentou, pois, a estatura de um homem público não lhe é dada, ela é construída com muito esforço e determinação.”
Sete Lagoas, 18 de janeiro de 2010
Senhor Prefeito,
A pergunta recorrente que ouço é: “por que o prefeito tirou você da Secretária de Educação?” Esta também foi a pergunta que lhe fiz, e a resposta que recebi foi a seguinte: “Sete Lagoas não está preparada para o seu estilo de fazer política. Você é muito competente, tem muita experiência e obteve sucesso em outros ambientes, em Belo Horizonte, por exemplo. Sete Lagoas é uma cidade do interior...”
Discordo categoricamente dessa avaliação. A Sete Lagoas que encontrei e aprendi a amar veio a mim dizendo que há muito esperava por um governo efetivamente democrático e que soubesse desenvolver políticas públicas, e mais, eram cidadãos que sabiam – e queriam - construir uma democracia.
Prefeito, quando você fez opção por ficar no seu gabinete recebendo “todo mundo”, como você mesmo disse, você foi tomado por aqueles que sempre freqüentavam a prefeitura – os chamados “piolhos de gabinete” – para garantir os seus privilégios ou para pedir favores pessoais. Você foi escolhido pelos seus interlocutores e deixou de escolher aqueles com quem deveria conversar e governar.
Dizem que governar é um ato solitário, no entanto, com grande esforço pode se tornar um ato solidário. Para isso, é preciso determinação e estratégia. Determinação é a expressão da vontade, da vontade de cumprir os compromissos assumidos, de contribuir para o desenvolvimento da cidade e é algo que confere ao governante o estatuto da liderança do grupo que representa. Estratégia é a construção da possibilidade de realizações, nas circunstâncias favoráveis ou na adversidade, e mostra a fibra do governante para enfrentar os problemas ou para aproveitar as oportunidades.
Prefeito, as saídas da Geyse, da Lea e a minha, por falta de outras explicações, estão sendo interpretadas como um desejo seu, uma decisão que você retirou do colete, talvez em razão de discordâncias a respeito da forma de encaminhar as políticas de cada setor específico.
Mas continuo perguntando: por que? Afinal, na campanha eleitoral você se comprometeu com uma administração diferente, que servisse ao interesse público, com políticas e critérios construídos de forma solidária, impessoal, fundados na justiça e que promovessem a inclusão e a cidadania. Ao expressar, como fez na nossa conversa, que Sete Lagoas é uma cidade do interior, que não seria capaz de aceitar e compreender um estilo democrático e progressista, você amesquinhou a sua cidade, o povo que a habita e o cargo que ocupa.
Reafirmo: discordo da sua opção e lamento que as razões sejam as que você apresentou, pois, a estatura de um homem público não lhe é dada, ela é construída com muito esforço e determinação. Assim, não basta dizer que se quer um governo diferente, mais justo, mais inclusivo, mais democrático. A esse desejo tem de corresponder ações que garantam que as decisões sejam orientadas pelo interesse coletivo, voltadas para o público e destinadas a construir um mundo melhor.
Por favor, não avalie Sete Lagoas pelos grupos clientelistas que tentam diminuir o valor da cidade e fazer valer seus interesses sobre as necessidades de todos. Com isso, Prefeito, a cidade pode vir a perder as chances de mudanças que a sua eleição havia anunciado. Sete Lagoas é muito maior e os cidadãos que vivem nesta Sete Lagoas, maior e mais generosa, vão saber diferenciar o joio do trigo, vão saber identificar aqueles que querem o bem da cidade e aqueles que só querem se aproveitar do poder...
Por tudo isso, este momento é lamentável!
Maria Lisboa de Oliveira
Ex-secretária Municipal de Educação
“Ao expressar, como fez na nossa conversa, que Sete Lagoas é uma cidade do interior, que não seria capaz de aceitar e compreender um estilo democrático e progressista, você amesquinhou a sua cidade, o povo que a habita e o cargo que ocupa. Reafirmo: discordo da sua opção e lamento que as razões sejam as que você apresentou, pois, a estatura de um homem público não lhe é dada, ela é construída com muito esforço e determinação.”
Sete Lagoas, 18 de janeiro de 2010
Senhor Prefeito,
A pergunta recorrente que ouço é: “por que o prefeito tirou você da Secretária de Educação?” Esta também foi a pergunta que lhe fiz, e a resposta que recebi foi a seguinte: “Sete Lagoas não está preparada para o seu estilo de fazer política. Você é muito competente, tem muita experiência e obteve sucesso em outros ambientes, em Belo Horizonte, por exemplo. Sete Lagoas é uma cidade do interior...”
Discordo categoricamente dessa avaliação. A Sete Lagoas que encontrei e aprendi a amar veio a mim dizendo que há muito esperava por um governo efetivamente democrático e que soubesse desenvolver políticas públicas, e mais, eram cidadãos que sabiam – e queriam - construir uma democracia.
Prefeito, quando você fez opção por ficar no seu gabinete recebendo “todo mundo”, como você mesmo disse, você foi tomado por aqueles que sempre freqüentavam a prefeitura – os chamados “piolhos de gabinete” – para garantir os seus privilégios ou para pedir favores pessoais. Você foi escolhido pelos seus interlocutores e deixou de escolher aqueles com quem deveria conversar e governar.
Dizem que governar é um ato solitário, no entanto, com grande esforço pode se tornar um ato solidário. Para isso, é preciso determinação e estratégia. Determinação é a expressão da vontade, da vontade de cumprir os compromissos assumidos, de contribuir para o desenvolvimento da cidade e é algo que confere ao governante o estatuto da liderança do grupo que representa. Estratégia é a construção da possibilidade de realizações, nas circunstâncias favoráveis ou na adversidade, e mostra a fibra do governante para enfrentar os problemas ou para aproveitar as oportunidades.
Prefeito, as saídas da Geyse, da Lea e a minha, por falta de outras explicações, estão sendo interpretadas como um desejo seu, uma decisão que você retirou do colete, talvez em razão de discordâncias a respeito da forma de encaminhar as políticas de cada setor específico.
Mas continuo perguntando: por que? Afinal, na campanha eleitoral você se comprometeu com uma administração diferente, que servisse ao interesse público, com políticas e critérios construídos de forma solidária, impessoal, fundados na justiça e que promovessem a inclusão e a cidadania. Ao expressar, como fez na nossa conversa, que Sete Lagoas é uma cidade do interior, que não seria capaz de aceitar e compreender um estilo democrático e progressista, você amesquinhou a sua cidade, o povo que a habita e o cargo que ocupa.
Reafirmo: discordo da sua opção e lamento que as razões sejam as que você apresentou, pois, a estatura de um homem público não lhe é dada, ela é construída com muito esforço e determinação. Assim, não basta dizer que se quer um governo diferente, mais justo, mais inclusivo, mais democrático. A esse desejo tem de corresponder ações que garantam que as decisões sejam orientadas pelo interesse coletivo, voltadas para o público e destinadas a construir um mundo melhor.
Por favor, não avalie Sete Lagoas pelos grupos clientelistas que tentam diminuir o valor da cidade e fazer valer seus interesses sobre as necessidades de todos. Com isso, Prefeito, a cidade pode vir a perder as chances de mudanças que a sua eleição havia anunciado. Sete Lagoas é muito maior e os cidadãos que vivem nesta Sete Lagoas, maior e mais generosa, vão saber diferenciar o joio do trigo, vão saber identificar aqueles que querem o bem da cidade e aqueles que só querem se aproveitar do poder...
Por tudo isso, este momento é lamentável!
Maria Lisboa de Oliveira
Ex-secretária Municipal de Educação
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